Desde que o presidente Michel Temer enviou a proposta de Reforma da Previdência ao Congresso no final do ano passado, o assunto já começou a tomar maiores proporções e ser debatido. Só em 2016, a Previdência Social registrou um déficit de mais de R$ 145 bilhões. A cada ano que passa, o rombo aumenta e fica claro que se algo não for feito a Previdência Social brasileira ficará insustentável por longo prazo. E as medidas, apesar de duras, mesmo se aprovadas, podem não ser suficientes.

Por isso, se torna cada vez mais importante a alternativa do trabalhador começar a planejar a aposentadoria complementar. Há pelo menos cinco motivos para começar a pensar agora em previdência privada.

Previsibilidade de recebimento no futuro
“É importante a população começar a pensar em cortar o ‘cordão umbilical’ da Previdência Social”, explica Ricardo Figueiredo, consultor do Vida Investe, programa de educação financeira e previdenciária da Funcesp.

Segundo o especialista, se o trabalhador não quiser que a sua qualidade de vida na aposentadoria dependa da Previdência Social instável, é importante que ele mesmo comece já a formar sua reserva financeira.

A grande vantagem da previdência privada é que o trabalhador tem sob seu controle quanto vai receber quando se aposentar. Nos dias de hoje isso é fundamental. Ou seja, o que é poupado estará lá para uso no futuro (diferente do INSS, que funciona em sistema de caixa: quem trabalha hoje paga para quem já está aposentado).

Cobertura superior ao teto do INSS
Quanto mais a renda do trabalhador cresce em sua carreira, menos ele será coberto no futuro pelo regime de Previdência Social. O trabalhador que passa a vida inteira ganhando um salário mínimo vai se aposentar com esse valor e não vai ter nenhuma percepção de perda de renda quando parar de trabalhar.

Já o trabalhador que ganha mais que o teto do INSS (R$ 5.189), se não tiver uma previdência complementar, terá redução de renda justamente na fase da vida em que alguns gastos crescem, como os com saúde. De acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na terceira idade, a cada R$ 100,00 gastos, em média R$ 15,00 são com a saúde. Assim, com a previdência complementar, o trabalhador tem a renda a mais que já planejou, podendo manter ou aumentar seu padrão de vida na aposentadoria e suportar gastos a mais que possam surgir.

Benefício fiscal
A previdência complementar fornece bom benefício fiscal para quem está na vida laboral. Na declaração de Imposto de Renda há benefício. Além disso, a rentabilidade é sempre sobre o valor total, pois o IR é descontado apenas quando o investidor vai sacar o dinheiro. Assim, os juros sobre juros no tempo são sempre sobre o valor total, diferente de alguns fundos de investimentos.

Colaboração da empresa contratante
Algumas empresas, principalmente as que oferecem fundos de pensão como forma de reter o colaborador, ajuda na poupança da aposentadoria dando a contrapartida na colaboração. Por exemplo, se o colaborador poupa R$ 100 por mês para a aposentadoria complementar, a empresa colabora com mais R$ 100. Isso é vantajoso, pois o funcionário já entra no investimento com 100% de rentabilidade. Por isso, é recomendado que os colaboradores que trabalham em empresas que oferecem esse tipo de vantagem não abram mão de sua previdência complementar.

Disciplina os indisciplinados
De um modo geral, o brasileiro não tem tradicionalmente a cultura da educação financeira. Às vezes, convencer uma pessoa a guardar um pedaço do salário para previdência é muito complicado. Além disso, mesmo aqueles que conseguem separar por conta própria o dinheiro, correm o risco de não fazerem corretamente a gestão dos recursos. Assim, um produto de previdência vem para doutrinar o indisciplinado. Então, o desconto já sai da folha de pagamento.

Fonte: Revista Apólice.